Essa página foi construída com o intuito de relembrar algumas figuras importantes para o curso de Direito da UFRN, seja fazendo a diferença dentro do curso ou fora dele. Todos os homenageados foram escolhidos com muito carinho, bem como os depoimentos sobre os mesmos.
Amaro Cavalcanti
Amaro Bezerra Cavalcanti nasceu em Jardim de Piranhas, interior do Rio Grande do Norte, no ano de 1849. É o grande homenageado do CAAC no nome do próprio centro acadêmico, denominado Amaro Cavalcanti. É incomum encontrar figuras na história que tenham tido tanto destaque que sejam naturais de nosso próprio estado, em especial quando buscamos o recorte da profissão.
Foi membro da Corte Permanente de Arbitragem, em Haia, Consultor Jurídico do Ministrério das Relações Exteriores do Brasil, procurador-geral da República e um dos autores da constituição brasileira de 1891. Foi ministro do Supremo Tribunal Federal a partir de 11 de maio de 1906, aposentando-se em 31 de dezembro de 1914. No ano de 1917, foi nomeado prefeito do então Distrito Federal, até que no ano seguinte foi nomeado ministro de estado da Fazenda, pelo presidente à época, Delfim Moreira. Amaro, também, dá o nome a este querido Centro Acadêmico, então nada mais justo que seja o primeiro aqui homenageado.
Ubirajara de Holanda, o "Bira"
“É impossível falar sobre o curso de Direito da UFRN e não falar dele: Ubirajara de Holanda Cavalcanti Júnior – ou, como todas aquelas e aqueles que por lá passam costumam chamá-lo, Bira.
Podemos lembrar de Bira por todo o afeto e carinho com o qual tratava as pessoas; pelo sorriso que enchia salas, corredores e as rosquinhas (que hoje não mais existem) localizadas na frente da sala do CAAC; pela flâmula do Alecrim F.C. pendurada no retrovisor do carro; pelos diversos apelidos (Bira-do-Estepe; Bira-Estilo-Namorador; etc.); dentre tantas outras coisas.
Mas jamais poderíamos deixar de lembrar dessa pessoa tão importante, sem mencionar aquilo que falava ao final de cada um dos seminários de integração (ocasião na qual contava as fábulas do curso – como uma de suas favoritas denominada “o furto do busto de Amaro Cavalcanti”): “Não passem pelo (glorioso) curso de Direito; vivam-no… se apaixonem por ele”.
Foi assim que, entre aulas, monitorias, estágios e o início da vida profissional, Bira nos ensinou (e continua ensinando) sobre a importância daquilo que enchia seus olhos e sempre os fazia brilhar: as iniciativas (ou projetos de extensão). Não atoa, empresta hoje o seu nome para uma das maiores honrarias de um dos projetos do curso (a comenda Ubirajara de Holanda da Simulação de Organizações Internacionais – SOI).
Por essas e tantas outras coisas, apesar de não estar mais aqui fisicamente, Bira continua nos lembrando todos os dias, sobre a importância do curso, da extensão e, principalmente, daquilo que é mote da sua maior paixão acadêmica: ‘Até que tudo cesse, nós não cessaremos.'” – Depoimento de Ângelo Menezes
Daniel Talibã
Aldo Medeiros
*As informações aqui presentes foram descritas pelo próprio Aldo durante entrevista que será publicada na íntegra. Para a página de personalidades, iremos expor mais sobre “Quem é Aldo Medeiros?”.
“Eu sou daqui do Rio Grande do Norte, nasci no Seridó, em Parelhas, e vim morar em Natal com 11 anos de idade; inicialmente, estudando na casa de parentes, depois minha família também veio para cá. Eu fiz, inicialmente a graduação de Economia, fiz o vestibular na UFRN, completei 1 ano de curso e depois me transferi para o Rio de Janeiro. Alguns anos depois de formado, voltei ao RN, fiz o vestibular novamente na UFRN e me formei em Direito.
Eu já trabalhava como economista, numa empresa pública, mas mudei para a área de Direito, já que me empolguei com o curso. Eu tinha um certo preconceito contra as carreiras jurídicas, mas me empolguei, fui aluno de Jales Costa, ele foi uma pessoa que moldou minha forma de ver o Direito. Em razão disso, procurei mudar não só da empresa que trabalhava para o quadro de advogados, como também exercer a área jurídica como minha principal atividade profissional. Pouco tempo depois, surgiu um concurso para a Procuradoria Municipal de Natal, eu fiz e fui nomeado logo nas primeiras nomeações. Além disso, montei um pequeno escritório particular com 3 colegas de classe (por diversos fatores, os três seguiram caminhos distintos, mas todos tiveram muito sucesso na advocacia), assim que me formei, de modo que exerço a advocacia há 35 anos, tanto na forma pública como na forma privada. Acabei vindo para essa função, que eu considero extremamente honrosa, que é a de presidir a seccional da OAB.”
Ângelo Menezes
“Ângelo José Menezes Silvino, antes de qualquer coisa, professor. Ângelo foi aluno do curso de Direito/UFRN em 2012, participou de projetos como a SOI e já foi membro do CAAC. Após seu mestrado na UFRN, ingressou enquanto professor voluntário e depois passou no concurso de substituto ministrando matérias diversas (ECA, sociologia jurídica, história do direito, processo civil, etc) e orientando iniciativas como: o Efetivando o Direito à Educação, o Motyrum, o Justiça Itinerante e apadrinhou indiretamente tantos outros. Sempre ali, sempre presente. Em 2015, ganhou a comenda Paulo freire do Centro Acadêmico Amaro Cavalcanti avaliado pelo corpo discente como o melhor professor do semestre de 2015.2, já foi o nome da turma de 2017.2 pelo seu diferencial dentro e fora da sala aula.
Mas o melhor de Ângelo não está nos títulos, no seu atual doutorado em Direitos Humanos na UFPB, no seu currículo lattes (brilhante diga-se de passagem) ou nos certificados, o melhor desse professor está na sua capacidade de sonhar e permitir que os outros sonhem juntos. É impossível falar de Ângelo e não lembrar do direito de sonhar, da janela mágica, do balãozinho vermelho, do amor em atos, da docência por amor e para o amor.
São muitas vidas tocadas nessa trajetória, muitas amizades e ensinamentos. Ângelo inicia uma nova leitura ao curso de direito da UFRN a partir de dinâmicas criativas, interdisciplinaridade, interpretações não hegemônicas do Direito e uma nova perspectiva de aproximação entre quem ensina e quem aprende. Na sala de aula desse professor todo mundo tem algo para ensinar, sempre inspirado e cheio de esperança, passando a mensagem de que é possível florescer em uma selva de pedra.
Admirável e cheio brilho nos olhos, ele guarda um verão dentro do peito que todo mundo ao aproximar-se é tocado. Ângelo é exemplo de humanidade, de competência e de esperança em dias melhores. A UFRN é a sua segunda casa e digo sem medo que a sala de aula é o seu lugar preferido no mundo.
No final, o curso de direito tem sorte em cativar um educador apaixonado pelo que faz, mas, principalmente, por cativar um sonhador.” – Depoimento de Brena Monice
Natália Bonavides
Natália Bonavides é uma ex-aluna do curso que iniciou sua militância ainda enquanto estudante, onde participou ativamente da construção do projeto de extensão popular Lições de Cidadania (hoje chamado Motyrum) e foi da direção do Centro Acadêmico Amaro Cavalcanti, sempre defendendo a democratização do ensino superior público e a função social da universidade. É mestre em Direito Constitucional pela UFRN e liderou iniciativas incríveis como o Escritório Popular, além de já ter advogado para organizações como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e assessorado o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas. Foi eleita vereadora no ano de 2016, e em 2018 foi a única mulher eleita na bancada potiguar dos Deputados Federais.